segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Por que é raro ocorrer terremotos no Brasil?

Beatriz Vichessi

Tremores de terra ou abalos causados pela liberação de energia acumulada no interior da crosta terrestre não são raridades aqui. Ao contrário: o território nacional sofre cerca de 90 tremores todos os anos.

Incomuns, na verdade, são os sismos de grande magnitude porque o país está em uma zona intraplacas tectônicas, com maior estabilidade, afastado das zonas de contato ou de separação de plataformas (veja a ilustração ao lado, que também indica, com as setas vermelhas, o sentido de movimento das placas).

Essas áreas de contato são muito instáveis, como é o caso do arquipélago japonês, que sofre com abalos fortes. Mas grandes terremotos já foram registrados aqui.

Em 1955, em Mato Grosso, um sismo atingiu 6,2 graus na escala Richter. Ele teria sido devastador se tivesse ocorrido em uma área mais povoada.

Consultoria Roberto Giansanti, geógrafo e autor de livros didáticos.
Revista Nova Escola

Como se forma a chuva de granizo?

Renata Costa

Gelo acumulado na Rua Girassol,no bairro Vila Madalena.
Foto:Frederic Jean

As gotas de água que se evaporam dos rios, mares e da superfície terrestre, quando chegam às nuvens e encontram temperaturas abaixo de -80°C, viram gelo. Congelado, o vapor de água fica com mais peso do que a nuvem pode aguentar e cai, em forma de pedra de gelo, que chamamos de granizo.

A chuva de granizo, no entanto, não acontece nas regiões polares. O motivo? É que o granizo só se forma em um único tipo de nuvem, a cumulonimbus, também responsável por trovões e relâmpagos. Essa nuvem atinge até 25 km de altitude a partir da linha do Equador. "E ela só aparece nas regiões mais quentes", explica Mario Festa, professor de Meteorologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo. Isso acontece porque ela se forma graças a temperaturas elevadas e alto índice de umidade relativa do ar, mais raro nos países frios.

A ocorrência do granizo, portanto, é mais frequente nas regiões equatoriais, e vai diminuindo

gradativamente ao longo das regiões tropicais, extratropicais e temperadas. "Por isso, em algumas épocas do ano é até possível ter chuva de granizo na Escandinávia, mas é raro. Já nos polos, realmente, nunca foi registrada", diz o professor.

A pedra de gelo tem, em média, 0,5 a 5 centímetros de diâmetro, mas isso pode variar. Nos Estados Unidos, na década de 1970, foi registrado um granizo com 14 centímetros de diâmetro, com 750 gramas.
Revista Nova Escola

Que fatores interferem na amplitude térmica?

Bruna Nicolielo
Infográfico: Gerson Mora

Apesar de associarmos o calor intenso ao deserto e às regiões litorâneas, os dois têm características distintas. Nos desertos quentes, o solo seco, devido à falta de água, e o sol forte intensificam a variação, que pode chegar a 60 ºC em um único dia. Já em uma cidade litorânea quente como Santos, a 80 quilômetros de São Paulo, a temperatura varia apenas 15 ºC.
Consultoria Eduardo Silvestre de Albuquerque e Maria Ligia Cassol Pinto, professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG-PR).
Revista Nova Escola

domingo, 30 de outubro de 2011

Notícias Geografia Hoje


Inundações avançam para centro de Bangcoc

Por Anusak Konglang

As inundações que provocaram uma fuga em massa da capital da Tailândia avançavam nesta sexta-feira rumo ao centro de Bangcoc, e o governo começa a cogitar a possibilidade de abrir canais nas estradas que bloqueiam a passagem da água, além de avaliar o impacto do desastre na economia.

Bangcoc, com 12 milhões de habitantes, está em alerta máximo por causa das ameaças procedentes de duas frentes: a cíclica maré alta que no fim de semana deverá coincidir com a chegada de uma enorme massa de água das já alagadas planícies do centro do país.

O bairro financeiro da capital tailandesa permanecia a salvo das inundações nas últimas horas desta sexta-feira. A maré alta da noite foi mais baixa que o previsto e, portanto, esperava-se que as barreiras instaladas no rio Chao Phraya bastassem para conter as águas durante o longo e crucial fim de semana.

O Banco Central da Tailândia reduziu a previsão de crescimento para este ano, de 4,1% a 2,6%, uma mudança drástica que reflete o enorme impacto das inundações na economia do reino.

"As inundações, que afetam não apenas a produção agrícola mas também a atividade manufatureira, podem ter um efeito importante no crescimento do quarto trimestre", afirma um comunicado do BC.

A situação afeta a lucrativa indústria tailandesa do turismo. Estados Unidos, Grã-Bretanha, Cingapura e Canadá, entre outros, desaconselharam viagens a Bangcoc.

A crise, que já dura três meses, matou 377 pessoas e afetou milhões de casas, em especial no centro e norte do país.

A água ainda está acumulada ao norte da capital e segue lentamente para o sul, ao mesmo tempo em que as autoridades buscam desesperadamente a escoar o líquido por canais e rios, mas uma parte importante da cidade permanece seca.

Em algumas áreas do norte de Bangcoc era possível observar pessoas com água na cintura, uma situação que motivou o fechamento temporário do segundo aeroporto da cidade, Don Mueang.

O governo informou que estuda uma proposta apresentada por empresas privadas para cavar temporariamente canais de dragagem através de cinco estradas que bloqueiam a passagem da água ao leste de Bangcoc, para acelerar o fluxo da massa de água até o Golfo da Tailândia.

As autoridades locais abriram comportas ao redor da cidade para permitir que a água siga para os canais, mas especialistas apresentaram informações contraditórias sobre os riscos de uma enorme inundação no centro da capital.

Enquanto o governo está claramente concentrado em proteger a capital, milhares de pessoas nas províncias mais afetadas vivem há semanas em áreas inundadas.

Dezenas de milhares de pessoas abandonaram Bangcoc depois que o governo decretou cinco dias de feriados. A multidão superou a capacidade dos pontos de ônibus e estações de trens, além de ter provocado enormes congestionamentos no trânsito.

Na quarta-feira, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra, que assumiu o cargo há apenas dois meses, alertou que não será possível resistir à força da natureza.
AFP
Revista Veja

Notícias Geografia Hoje


Estudo alerta para derretimento das geleiras na China

Frederic J. Brown
A rápida elevação das temperaturas, causada pelo aquecimento global, está provocando o derretimento das geleiras chinesas na cordilheira do Himalaia, um impacto que ameaça habitats, o turismo e o desenvolvimento econômico, alerta um estudo publicado esta terça-feira.

Das 111 estações meteorológicas espalhadas pelo sudoeste da China, 77% demonstraram elevações significativas de temperaturas entre 1961 e 2008, segundo o estudo, publicado no periódico britânico Environmental Research Letters.

Nas 14 estações de monitoramento acima dos 4.000 metros, o salto neste período foi de 1,73 grau Celsius, aproximadamente duas vezes a elevação média global registrada ao longo do último século.

Cientistas liderados por Li Zhongxing, da Academia Chinesa de Ciências, identificaram três alterações em curso nas geleiras que poderiam ser causadas, pelo menos em parte, por esta tendência constante de aquecimento.

Segundo eles, a maior parte das geleiras examinadas demonstrou um "recuo drástico", além de uma grande perda de massa.

O estudo também demonstrou que lagos glaciais, alimentados pelo gelo derretido de geleiras, aumentaram de tamanho.

"As implicações destas mudanças são muito mais sérias do que uma mera alteração da paisagem", alertaram os cientistas.

"As geleiras integram milhares de ecossistemas e desempenham um papel crucial no sustento de populações humanas", acrescentaram.

O sudoeste da China tem 23.488 geleiras, cobrindo uma área de 29.523 quilômetros quadrados, através do Himalaia e das montanhas Nyainqntanglha, Tanggula e Hengduans.

Mudanças no padrão de chuvas e das nevascas foram menos marcantes, mas ainda consistentes com as previsões de modelos de mudanças climáticas, afirmaram.

"É imperativo que determinemos a relação entre as mudanças climáticas e variações nas geleiras, particularmente o papel das precipitações, uma vez que as consequências do recuo do gelo são muito abrangentes", disse Li.
Revista Veja

Notícias Geografia Hoje


Tremor de magnitude 3,3 é registrado em Nova Lima-MG

O tremor só foi sentido em um bairro da cidade e não provocou maiores danos

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) registrou no último sábado, 22, um tremor de magnitude 3,3 na escala Richter na cidade de Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo os pesquisadores, o tremor pôde ser sentido especialmente no bairro Morro do Chapéu, porém não teve potencial para causar danos. A ocorrência foi registrada em sete estações por volta das 19h30 de sábado.

Há pouco mais de um ano, no dia 8 de outubro, um tremor de 4,5 graus foi registrado em Brasília, tendo como epicentro a cidade Mara Rosa, na divisa de Goiás com Tocantins, a 500 quilômetros de Brasília. Esse tipo de tremor de terra é comum no Brasil, que fica longe das falhas tectônicas maiores, mas possui falhas menores em seu território.
Agência Estado
Revista Veja

Destruição da camada de ozônio foi freada


O estudo mostrou que os gases que provocavam a perda da camada de ozônio foram substituídos com sucesso

A destruição da camada de ozônio foi freada. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a agência espacial americana (Nasa) e 300 cientistas de todo o mundo, a camada que protege a vida na Terra dos níveis nocivos de radiação ultravioleta parou de diminuir, mas não começou a se recuperar. O estudo mostrou que os gases que provocavam a perda da camada de ozônio foram substituídos com sucesso. Em seu lugar são usados produtos que também tem menor impacto sobre o aquecimento global.

A ONU comemorou o relatório - o primeiro em quatro anos sobre a camada de ozônio. Segundo a entidade, o acordo de 1987, que determinou a retirada dos gases nocivos de aparelhos como geladeiras, impediu "um esgotamento maior" da camada. "Na última década, o ozônio não está mais diminuindo, mas também não está aumentando", diz Geir Braathen, cientista-chefe da Organização Meteorológica Mundial.

A avaliação é de que a proteção da camada de ozônio e a retirada dos gases nocivos da indústria representaram benefícios importantes. Se não fosse pelo controle do uso do clorofluorcarbono (CFC), os cientistas apontam que as emissões seriam 30% superiores, hoje em dia.

O acordo de 1987 conseguiu, portanto, uma redução real no impacto das emissões cinco vezes maior que o obtido pelo Protocolo de Kyoto. Também foram importantes os benefícios para a saúde. Segundo o levantamento, 20 milhões de casos de câncer de pele foram evitados na década, além de 130 milhões de casos de catarata.
(Com Agência Estado)

Revista Veja

Por que os buracos da camada de ozônio ficam nos pólos?


Por que os buracos da camada de ozônio ficam nos pólos?
por Viviane Palladino
Essa dúvida faz sentido: se os maiores lançadores de gases que detonam a camada de ozônio são os países do hemisfério norte, por que o rombo maior fica sobre a Antártida? Simples: as moléculas desses gases maléficos são carregadas para os pólos por correntes de ar poderosas, que viajam do Equador em direção aos extremos do globo. Por causa desse fenômeno natural, os pólos se tornam depósitos naturais de gases que têm vida longa - como o CFC, o clorofluorocarboneto, principal destruidor da camada de ozônio. Sem a camada de ozônio na alta atmosfera, entre 20 e 35 quilômetros de altitude, o ser humano fica vulnerável aos efeitos nocivos dos raios ultravioleta que vêm do Sol. Eles podem causar, por exemplo, um aumento na incidência dos casos de câncer de pele. Os cientistas detectaram pela primeira vez um buraco na camada de ozônio na década de 1980. Hoje, há um buraquinho sobre o Pólo Norte e um buracão de 28 milhões de km2 (mais de 3 vezes o tamanho do Brasil!) sobre o Pólo Sul. Para diminuir o problema, 180 países já aderiram ao Protocolo de Montreal, um acordo para reduzir a fabricação de produtos que tenham CFC e outros gases destruidores da camada de ozônio. O esforço tem dado certo: nos últimos 10 anos, a velocidade de destruição da camada vem diminuindo. Mas os cientistas calculam que serão precisos 50 anos para a camada se regenerar por completo.

O buraco é mais embaixo
Correntes de ar fazem o rombo se concentrar no Pólo Sul

1. A camada de ozônio (O3) nasce de uma reação dos raios ultravioleta do Sol com o oxigênio (O2) da atmosfera. Em contato com o UV, os átomos de oxigênio se rearranjam, formando moléculas de O3 que funcionam como escudo contra os raios UV do Sol
2. Os raios UV também modificam os gases CFC (clorofluorocarbonetos), emitidos por produtos como geladeiras, sprays e ares-condicionados. A ação do ultravioleta decompõe as moléculas de CFC em seus elementos básicos: cloro, flúor e carbono
3. Liberado no ar, o cloro (Cl) reage com o ozônio (O3), formando uma mólecula de oxigênio (O2) e outra de óxido de cloro (ClO). Como o cloro pode existir por até 80 anos, um único átomo destrói milhares de moléculas de ozônio
4. Os maiores emissores de CFC são os países do hemisfério norte. Mas a sujeira não fica por lá porque poderosas correntes de ar levam os gases tóxicos para os extremos norte e sul do globo. Por isso, os buracos da camada de ozônio aparecem apenas nos pólos
5. O buraco no sul é bem maior que no norte porque no Pólo Sul a temperatura é mais fria e a circulação atmosférica é pequena. Com isso o CFC se concentra em enormes quantidades nas nuvens. Quando chegam os meses de sol, os raios UV dissolvem essas nuvens de uma só vez, liberando uma quantidade muito maior de cloro para detonar o ozônio
Revista Mundo Estranho

sábado, 29 de outubro de 2011

Notícias Geografia Hoje


De olhos bem abertos para a biodiversidade do arquipélago de Abrolhos, no Sul da Bahia
Fernanda Dutra (fernanda.dutra@oglobo.com.br)

CARAVELAS - Entre tantos nomes de origem indígena, os descobridores tiveram a chance de batizar um lugar especial: o arquipélago de Abrolhos, a 70 quilômetros do litoral. Os primeiros registros históricos da região com maior biodiversidade do Atlântico Sul datam de 1503, quando o navegador Américo Vespúcio teria alertado ao perigo de naufrágio diante de tantos recifes: "abram os olhos" - contam os guias. É quase por aí, exceto que Vespúcio só usou uma palavra já conhecida. Abrolhos são recifes ou baixios perigosos para as embarcações.

Os riscos são mínimos hoje em dia. A bordo de um catamarã, o trajeto entre o arquipélago e o porto mais próximo, na cidade de Caravelas, dura em média três horas. Entre julho e novembro, o tempo passa voando. É a temporada de reprodução das baleias jubarte, que vêm da Antártica se acasalar nas águas de temperatura amena da região ao Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo. De uma população em média de 9 mil baleias, o Instituto Jubarte estima que 80% esteja na região de Abrolhos. Desde 1986, quando a caça às baleias foi oficialmente proibida, a população das jubartes tem crescido exponencialmente, em média 7% por ano. A observação de baleias é uma atividade monitorada pelo instituto, que envia representantes na maior parte das viagens. Até avistar o primeiro jato d'água, a ansiedade é grande. Mas depois são tantos jatos, nadadeiras e caudas por todos os lados... Às vezes, até em dezembro se avista alguma jubarte atrasada para voltar às águas frias da Antártica.
Se estiver por lá no auge do verão, não se desanime. Os golfinhos estarão ansiosos por voltar à cena.

O farol da ilha de Santa Bárbara é o primeiro sinal do arquipélago, composto por outras quatro ilhas: Siriba, Redonda, Sueste e Guarita. Santa Bárbara, onde existe um farol instalado desde 1861, está sob jurisdição da Marinha. As demais fazem parte do Parque Nacional Marinho de Abrolhos.

Jornal O Globo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Notícias Geografia Hoje

Vazamento é pior já visto na Nova Zelândia
Agência Brasil

O vazamento de petróleo de um navio que ficou preso em uma barreira de corais na Nova Zelândia se tornou o pior acidente ambiental marítimo da história do país, segundo o governo. Até 350 toneladas de óleo podem ter sido despejadas no mar desde o dia 5 - totalizando1,7 mil toneladas a bordo do navio Rena.

O vazamento já atingiu 6 quilômetros de praias na Baía de Plenty, afetando pássaros e pinguins em uma região famosa por sua beleza natural. Uma operação para remover o petróleo da embarcação teve de ser suspensa por causa do mau tempo.

A Baía de Plenty é considerada um paraíso pelos neozelandesas. As terras da região são consideradas fertéis e nelas são produzidas frutas tropicais, como kiwis, que são exportados. O verão costuma ser úmido e quente, com temperaturas em torno de 30 graus Celsius (ºC). No inverno, a temperatura atinge 15ºC.

Na baía, está o Parque Nacional de Urewera, onde existe um bosque com uma das maiores colônias de aves da Nova Zelândia. Nessa área também há a tribo dos jovens Maori e o Lago Waikaremoana.

Notícias Geografia Hoje

Japão confirma focos de radiação em Tóquio
Agência Brasil
A usina de Fukushima, após terremoto em 11 de março

Autoridades do Japão confirmaram que foram detectados pequenos focos de radiação na capital do país, Tóquio, e em áreas próximas à cidade.

Foram feitos testes para verificar como a contaminação decorrente dos acidentes radioativos de 11 de março de 2011 atingiram a região metropolitana. Em consequência do terremoto seguido por tsunami de março, houve vazamentos e explosões na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do país.

A usina está localizada a mais de 200 quilômetros de Tóquio. Os níveis de radiação em uma das áreas ficou pouco abaixo do limite a partir do qual é recomendada a retirada dos moradores da região e mais alto em áreas dentro da zona de exclusão, em torno da usina.

O medo da radiação tornou-se uma das maiores preocupações dos japoneses, após o terremoto e o tsunami de março no Nordeste do país, que danificaram a usina de Fukushima e provocaram o vazamento de radiação.

Em decorrência dos acidentes radioativos, cidades inteiras ao redor da usina foram esvaziadas. As populações foram transferidas provisoriamente para abrigos mantidos pelo governo federal. As crianças estão sendo monitoradas para verificação do nível de radiação. Além disso, as autoridades japonesas proibiram o plantio, o consumo e a venda de produtos na região de Fukushima.

Notícias Geografia Hoje

Horário de verão trará economia de R$100 mi
Agência Brasil

O horário de verão, que começa no dia 16 e vai até 26 de fevereiro do próximo ano, vai trazer uma economia para o país que pode variar entre R$ 75 milhões e R$ 100 milhões. A estimativa, divulgada hoje (13), é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O horário de verão 2011/2012 terá 133 dias de duração e é o mais longo desde 1985, segundo o ONS. Ele ocorrerá em três regiões brasileiras: Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Considerando-se todos os estados atingidos pela medida, a diminuição da demanda estimada será de 4,6%, ou o equivalente a 2.650 megawatts (MW).

A maior redução (4,9%) deverá ocorrer na Região Sul, correspondendo a 600 MW. Isso significa, segundo o ONS, 75% da demanda de Curitiba (PR) ou três vezes a de Florianópolis (SC). Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste juntas, a diminuição projetada do consumo é 4,6% e corresponde a 2.050 MW, ou duas vezes a demanda de Belo Horizonte e duas vezes e meia a de Brasília.

Notícias Geografia Hoje

Cientistas opinam sobre Código Florestal
Agência Estado

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Ciências apresentaram sugestões concretas para os senadores que analisam a proposta de alteração do Código Florestal, já aprovada pela Câmara.

As duas entidades elencaram dez pontos que preocupam ou precisam ser levados em conta pelos senadores ao votar a questão. É a segunda contribuição das instituições, que lançaram, em abril, um livro para ajudar na modernização do Código Florestal

Pela lei atual, não se pode plantar ou ocupar áreas de várzea, encostas inclinadas e topos de morro, consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs). Os cientistas discordam da possibilidade, no texto do novo Código, de regularizar áreas desmatadas até 22 de julho de 2008 - que não precisariam voltar a ter cobertura vegetal. “A definição de área rural consolidada deve ser retirada do texto, visto não poder haver consolidação de áreas sobre áreas legalmente protegidas, pois não há direito adquirido no setor ambiental”, afirmam.

Na opinião dos pesquisadores, porém, “a produção de arroz de várzea, a pecuária extensiva no Pantanal, agricultura de várzea no Amazonas e a produção de café, de maracujá e uva nas encostas devem ter um tratamento diferenciado e especial”, já que ocupam pequena extensão territorial.

Na proposta em análise pelos senadores, os mangues, por exemplo, perdem a proteção. Mas os cientistas defendem que essas áreas - berçários de inúmeras espécies - sejam mantidas como APP. “As áreas de manguezais que, por algum motivo, tenham sido degradadas historicamente, tendo sua função ecológica comprometida, devem passar por um processo de recuperação ambiental”, dizem eles.

Para os cientistas, todas as APPs nas margens de rios (as matas ciliares) também devem ser preservadas. E, naquelas em que essa vegetação foi degradada, elas devem ser integralmente restauradas. A lei hoje exige uma proteção mínima de 30 metros ao longo dos cursos d’água. A íntegra do texto pode ser lida no site www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/arquivo_315.PDF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Notícias Geografia Hoje

Japão pode ampliar área de segurança nuclear
A usina de Fukushima, após o terremoto em março

A Comissão de Segurança Nuclear do Japão elaborou um plano que propõe ampliar as medidas de prevenção e os cuidados nas áreas que estejam a 30 quilômetros de usinas de energia nuclear em todo o país. Atualmente essas orientações são seguidas para o perímetro de 10 quilômetros. A proposta de mudança foi provocada pelos acidentes radioativos ocorridos há sete meses.

Em 11 de março deste ano, na região de Fukushima, no Nordeste do país, o terremoto seguido por tsunami gerou vazamentos e explosões na Usina de Fukushima Daiichi. Os acidentes levaram ao esvaziamento de cidades inteiras, que permanecem assim.

Um grupo de trabalho, com peritos japoneses e o acompanhamento de estrangeiros, elabora o novo plano de segurança nuclear. Inicialmente, os especialistas recomendam que sejam designadas zonas de ação cautelar - as áreas em torno de 5 quilômetros em volta das usinas.

Os peritos sugerem também que em um raio de cerca de 50 quilômetros os moradores devem ser orientados a se precaver, por exemplo, tomando comprimidos de iodo. As propostas dos especialistas ainda poderão sofrer mudanças a partir de conversas com os representantes municipais.

A ideia é que o plano de segurança seja definido em parceria com representantes de 130 municípios. Atualmente pouco mais de 40 municípios estão envolvidos nas propostas de segurança nuclear no Japão. Porém, os acidentes de março geraram uma série de mudanças de comportamento. Para especialistas, foi o pior acidentes desde o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Notícias Geografia Hoje


Anúncio do fim do terror do ETA pode minimizar, mas não impedir derrota socialista na Espanha


Priscila Guilayn, correspondente (internacio@oglobo.com.br)

MADRI - O fim do grupo separatista basco ETA não ressuscitará o Partido Socialista, mesmo que em sua campanha recorra às 734 detenções realizadas durante os dois mandatos de José Luis Rodríguez Zapatero. Ou que recorde aos espanhóis que, neste tempo, somente 12 pessoas (das 839 vítimas do grupo terrorista) foram assassinadas. Para boa parte dos analistas, o anúncio de que o ETA "cessa definitivamente sua atividade armada" não mudará o panorama político. A oposição - o conservador Partido Popular - continua favorecida por outro problema que, atualmente, preocupa muito mais que o terrorismo: a crise econômica e sua alarmante taxa de 21% de desemprego.
- O impacto eleitoral vai ser mínimo - garante o professor de Sociologia Juan Díez Nicolás, há mais de 40 anos atuando como especialista em pesquisas de opinião e análises políticas.
Mas a decisão do ETA é uma leve injeção de ânimo nas bases do combalido Partido Socialista. O fim da luta armada logo após uma etapa de quase seis anos de Alfredo Pérez Rubalcaba, o candidato socialista, no comando da luta antiterrorista como ministro de Interior pode servir como um incentivo aos eleitores do PSOE que ficariam em casa no dia 20 de novembro. A previsão, no entanto, é que não haja nenhuma avalanche de votos socialistas.

- O Partido Popular vai ganhar, sem nenhuma dúvida, e há muitas chances de que ganhe com maioria absoluta. Mas uma coisa é ter 195 cadeiras na Câmara e outra coisa, 180. E o mesmo acontece com o PSOE: é diferente que consiga 130 deputados em vez de 115. Ou seja, o PP provavelmente terá maioria absoluta, mas não com tanta vantagem - explica Díez Nicolás, falando sobre o Parlamento espanhol, formado por 350 deputados.

Espanhóis querem a entrega das armas para crer no ETA
A escolha do dia 20 de outubro - exatamente um mês antes das eleições gerais - não foi gratuita, já que o ETA manteve o comunicado mesmo sabendo que a morte do ditador líbio Muamar Kadafi, apagaria, pelo menos internacionalmente, seu anúncio.
- Seu objetivo, claramente, era que o comunicado influísse na campanha eleitoral - afirma Díaz Nicolás.
Depois de ilegalizada durante oito anos com o partido Batasuna, a esquerda nacionalista separatista conseguiu participar das eleições municipais, em maio deste ano, com a coalizão Bildu. Sucesso eleitoral, arrebatou mais de 20% dos votos, provocando surpresa. No dia 20 de novembro, o bloco participa das eleições gerais com o nome de Amaiur.
De olho em um bom desempenho nas urnas - e numa representação parlamentar de mais peso - a facção tentará capitalizar votos mostrando-se como um ator importante na pressão para que o ETA anunciasse, enfim, a renúncia à violência. Desde que, em dezembro de 2006, o grupo rompeu sem aviso prévio uma de suas tréguas, matando duas pessoas com um atentado no aeroporto de Barajas, em Madri, a esquerda nacionalista separatista vem pressionando pelo fim da via militar. Na sexta-feira, seus líderes apareceram publicamente pela primeira vez depois do comunicado do ETA:
- O fechamento do ciclo armado do ETA não significa o fechamento do conflito político - advertiu a porta-voz Mariví Ugarteburu. - O conflito político permanece e continua necessitando de uma solução política. A partir de agora, ninguém poderá citar a luta armada como uma desculpa para impedir o direito de autodeterminação dos bascos.
O fato é que no dia seguinte ao anúncio do ETA, o clima era de uma alegria pela metade, uma espécie de satisfação cautelosa - ou como definiu a porta-voz do governo basco, Idoia Mendia, "um champanhe sem borbulhas". A imagem que a Espanha queria é a dos membros do ETA sem capuz, fazendo uma declaração de dissolução, com armas e explosivos sobre a mesa e uma lista de todos os armazéns onde estocam seu arsenal. Esperava, também, um pedido de perdão às vítimas.
- O ETA deveria fazer o que se chama um programa de redução progressiva de hostilidades. Os gestos têm que vir deles. A entrega das armas é fundamental para provar que o processo é irreversível e que o ETA não voltará a romper sua palavra - explica o sociólogo Rafael Marcos Aranda, da Universidade Rey Juan Carlos, especialista em gerenciamento de conflitos e negociações políticas. - E embora fosse o esperado, acho que a imagem do ETA com o rosto descoberto não veremos nunca.
Jornal O Globo

Hubble confirma matéria escura

NASA/ESA/P. Simon (University of Bonn)/T. Schrabback (Leiden Observatory)

Paula Rothman, de INFO Online
SÃO PAULO - Uma análise feita pelo Telescópio Espacial Hubble confirmou a existência da misteriosa aceleração cósmica – fenômeno causado por forças invisíveis no Universo.

De acordo com a teoria, o Universo que conhecemos, composto de matéria visível, corresponde a apenas 4% de tudo o que há no cosmos.

Já o Universo invisível é composto de matéria escura e energia escura. Apesar de não se saber ao certo o que são esses componentes, astrônomos acreditam que eles existem por causa dos seus efeitos na movimentação de corpos celestes.

Ao observar galáxias, por exemplo, cientistas notam uma diferença entre a gravidade existente e a quantidade de matéria visível – o que os leva a supor que existe algo que não enxergamos, mas que possui massa. Acredita-se que 20% do Universo é composto de matéria escura e, o restante, da chamada energia escura.

Agora, cientistas conseguiram mais uma forte prova da existência desses componentes. Um grupo de astrônomos liderados por Tim Schrabback, do Leiden Observatory, conduziu um estudo com mais de 446 mil galáxias. Todas elas estavam dentro do campo de visão do Cosmological Evolution Survey (COSMOS), a maior pesquisa já feita pelo Hubble.

Considerada uma das mais precisas amostras da diversidade do Universo, a COSMOS fotografou 575 visões ligeiramente sobrepostas da mesma parte espaço e criou como que uma reconstrução em 3D da área.

Além dos dados do Hubble, os pesquisadores usaram observações em terra para estabelecer as distâncias entre 194 mil galáxias. Na nova análise, os astrônomos “pesaram” a distribuição de matéria no espaço.

Todos esses números possibilitaram cálculos detalhados que confirmaram: o universo é acelerado por um componente adicional, misterioso – ou seja, a energia escura.

Notícias Geografia Hoje


Hubble inicia censo da matéria escura

Enviado por Cesar Baima
O telescópio espacial Hubble deu início ao primeiro grande “censo” da matéria escura do Universo. A partir da observação das distorções na luz de galáxias distantes provocadas por gigantescos aglomerados também de galáxias em seu caminho até a Terra, os astrônomos vão estudar a distribuição desta misteriosa substância nestes aglomerados.

Os aglomerados de galáxias estão entre as maiores estruturas conhecidas no Universo mantidas juntas pela força da gravidade. Graças a isso, eles agem como gigantescas lentes cósmicas, amplificando, distorcendo e entortando a luz que passa, um efeito conhecido como lente gravitacional. Na imagem, por exemplo, está o aglomerado MACS J1206.2-0847 (ou simplesmente MACS 1206), localizado a 4 bilhões de anos-luz da Terra (veja aqui versão em alta resolução). Dentro dela, os astrônomos identificaram 47 imagens multiplicadas de galáxias bem mais distantes. Ele é um dos 25 aglomerados do tipo que farão parte deste primeiro levantamento, que até agora já analisou seis deles.

Segundo as teorias atuais, a matéria escura responde por cerca de 25% de tudo que há no Universo. O restante seria composto pela ainda mais misteriosa energia escura (70%) e apenas 5% de matéria “comum”, que serve como bloco de construção de todas as galáxias, estrelas, planetas e até nós mesmos. Apesar de representar boa parte da massa do Universo, a matéria escura não pode ser observada diretamente, só sendo detectada por meio de sua ação gravitacional sobre a matéria comum e as alterações no espaço-tempo que ela provocada, como a distorção na luz de objetos distantes.
Jornal O Globo

Mais um mistério sobre a matéria escura

Enviado por Cesar Baima
Enquanto alguns astrônomos se voltam para gigantescos e distantes aglomerados de galáxias para estudar a matéria escura, outros estão buscando sinais desta misteriosa substância que responderia por cerca de 25% de tudo que há no Universo na nossa própria vizinhança cósmica. E as observações estão colocando ainda mais dúvidas sobre a natureza da matéria escura.

Pesquisa conduzida por Matt Walker, Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, e Jorge Peñarrubia, da Universidade de Cambridge, analisou a distribuição da matéria escura em duas galáxias-anãs próximas da Via Láctea e mostrou que ela não se comporta como o esperado. Pelo atual modelo padrão da cosmologia, a matéria escura seria formada por partículas exóticas “frias” (isto é, de movimento muito lento) que só traem sua presença por seus efeitos gravitacionais. Com o tempo, ela deveria se acumular no centro das galáxias, mas as observações dos dois cientistas indicaram que ela está distribuída uniformemente nas duas galáxias-anãs estudadas. Como acredita-se que as galáxias-anãs seriam formadas por 99% de matéria escura e apenas 1% de matéria comum, elas são consideradas importantes laboratórios para este tipo de estudo.

- Depois que completamos este estudo, sabemos menos sobre a matéria escura do que antes – reconhece Walker. - Nossas medições contradizem a previsão básica sobre a estrutura da matéria escura “fria” em galáxias-anãs. A não ser que ou até que os teóricos modifiquem essa previsão, a matéria escura “fria” não tem um comportamento consistente com nossos dados observacionais.

Alguns teóricos sugerem que a interação entre as matérias escura e normal pode fazer com que a matéria escura se espalhe pelas galáxias, mas as atuais simulações não mostram que isso aconteceria em galáxias-anãs. As observações da dupla sugerem que ou a matéria normal e a escura interagem mais que se imagina, ou a matéria escura não é “fria”. Os dois pesquisadores esperam obter mais pistas com o estudo de outras galáxias-anãs, em especial as que parecem conter proporções maiores de matéria escura.
Jornal O Globo

Notícias Geografia Hoje


Tempestade de cometas

O telescópio espacial Spitzer, da Nasa, detectou o que parece ser uma verdadeira “tempestade” de cometas em um sistema planetário próximo da Terra. A situação lembra o chamado “bombardeio tardio” que atingiu nosso Sistema Solar bilhões de anos atrás e que se acredita ter suprido nosso planeta com água e moléculas orgânicas que possibilitaram o desenvolvimento da vida terrestre.

As imagens do Spitzer, que observa o céu na faixa do infravermelho, mostram uma grossa nuvem de gás e poeira em torno da estrela Eta Corvi. Os astrônomos acreditam que a nuvem está próxima o bastante dela para que planetas semelhantes à Terra tenham se formado e estão sendo atingidos por uma série de cometas. Eles calculam que o sistema planetário teria cerca de 1 bilhão de anos de idade, a mesma na qual a Terra experimentou seu último grande “bombardeio” celeste.

Jornal O Globo

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Encontrado mecanismo que ativa supererupções vulcânicas

Uma supererupção vulcânica acontece na Terra a cada 100 mil anos em média e pode ser uma das maiores catástrofes naturais do planeta, perdendo apenas para o choque de um asteroide de grandes proporções. Os mecanismos que levam um sistema vulcânico aparentemente pouco ativo a uma explosão desta magnitude, no entando, ainda são pouco compreendidos pelos cientistas.

Agora, no entanto, pesquisadores da Universidade de Oregon, nos EUA, apontam uma combinação da temperatura e do formato da câmara de magma como receita para a possível ocorrência destas supererupções. Segundo Patricia "Trish" Gregg, principal autora da pesquisa, a criação de um anel de rochas em torno da câmara de magma permite que a pressão se acumule por milhares de anos, resultando em uma elevação do teto sobre ela. Eventualmente, falhas no terreno acima entram em colapso e desencadeiam a erupção.

- Você pode comparar isso a rachaduras na casca de um pão enquanto ele infla - diz ela, que apresentou seu modelo esta semana durante reunião anual da Sociedade Americana de Geologia. - A medida que a pressão na câmara da magma aumenta, aparecem rachaduras na superfície para acomodar a expansão, eventualmente se propagando para baixo até a câmara. No caso de vulcões muito grandes, quando as rachaduras penetram fundo o bastante, elas rompem a câmara de magma, o teto dela entra em colapso e ocorre a erupção.

As erupções de super-vulcões podem levar a grandes alterações climáticas, dando início a idades do gelo e outros impactos. Um caso foi a de Huckleberry Ridge, no que é hoje o Parque de Yellowstone, nos EUA, a cerca de 2 milhões de anos, mais de 2 mil vezes mais poderosa que a erupção do Monte Santa Helena em 1980.

- Com exceção do impacto de um meteoro, essas supererupções são a maior ameaça ambiental que nosso planeta pode enfrentar - afirma. - Enormes quantidades de material são expelidas, devastanto o meio ambiente e criando uma nuvem de gás e poeira que pode cobrir o globo por muitos anos.

Jornal O Globo

Notícias Geografia Hoje


Maior estudo independente já feito confirma aquecimento do planeta

A maior revisão de dados históricos de temperatura já feita até hoje revelou que os mais importantes argumentos usados pelos chamados céticos do clima, os maiores críticos do aquecimento global, não alteram o fato de que o mundo está, mesmo, ficando mais quente.
Cientistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, investigaram vários tópicos que, segundo os céticos, alterariam o quadro final que aponta para o aquecimento do planeta. E descobriram que nenhum dos dados tem um efeito significativo na conclusão geral de aumento de temperaturas.
Os cientistas do Projeto Terra compilaram mais de um bilhão de registros de temperatura desde 1800, de 15 fontes diferentes em diversos pontos do mundo, e concluíram que, em média, a temperatura em terra aumentou 1 grau Celsius desde meados dos anos 50.
O número bate com as estimativas sobre aquecimento global a que já tinham chegado os principais grupos que estudam o assunto, como os da Nasa, da Administração Nacional de Atmosfera e Oceanos dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) e o Met Office, no Reino Unido.

Jornal O Globo

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As vacas poluem tanto quanto os carros?

A agricultura é responsável por aproximados 14% dos gases estufa do mundo. Uma porção significativa dessas emissões vem do metano, que em termos de sua contribuição para o aquecimento global, é 23 vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono. A Organização da Agricultura e Alimentos dos EUA informa que a produção de metano na agricultura pode aumentar em 60% por volta de 2030 [Fonte: Times Online (site em inglês)]. Cerca de 1,5 bilhão de vacas e bilhões de outros animais de pastagens existentes no mundo emitem dúzias de gases poluentes, incluindo uma grande quantidade de metano. Dois terços de toda a amônia vem das vacas.

Fotógrafo: Joe Gough | Agência: Dreamstime.com
As grandes quantidades de metano produzido pelas vacas são agoracausa de preocupação e assunto para muitas pesquisas científicas

As vacas emitem uma grande quantidade de metano através do arroto, e uma menor quantidade através da flatulência, ou seja, do seu pum. As estatísticas variam sobre quanto metano a vaca leiteira média expele. Alguns especialistas dizem que de 100 a 200 litros por dia, enquanto outros dizem que pode chegar a 500 litros por dia. De qualquer forma, é muito metano, uma quantidade comparável à poluição produzida por um carro em um único dia.

Para entender por que as vacas produzem metano, é importante conhecer um pouco mais sobre como funcionam. Vacas, cabras, ovelhas e muitos outros animais pertencem a uma classe de animais chamada de ruminantes. Os ruminantes têm quatro estômagos e digerem seu alimento em seus estômagos ao invés de seus intestinos, como fazem os humanos. Os ruminantes comem o alimento, regurgitam-no como bolo alimentar e tornam a comê-lo. Os estômagos são cheios de bactérias (em inglês) que facilitam a digestão, mas também produzem metano.

Com milhões de ruminantes na Inglaterra, incluindo 10 milhões de vacas, uma grande iniciativa está sendo promovida para frear as emissões de metano por lá. As vacas contribuem com 3% de todas as emissões de gás estufa na Inglaterra e 25 a 30% de seu metano. Na Nova Zelância, onde a criação de gado e ovelhas tem importância vital, 34% dos gases estufa vêm dos animais criados na fazenda. Um estudo de três anos, que começou em abril de 2007 por cientistas galeses, está examinando se adicionar alho (em inglês) ao alimento da vaca pode reduzir sua produção de metano. O estudo está em andamento, mas os primeiros resultados indicam que o alho corta a flatulência da vaca pela metade, atacando os micróbios que produzem o metano e que vivem nos estômagos das vacas [Fonte: BBC News (site em inglês)]. Os pesquisadores também estão tentando verificar se a adição de alho afeta a qualidade da carne ou do leite produzidos e até mesmo se os animais ficam com mau hálito.

Um outro estudo da Universidade de Gales, Aberystwyth, está rastreando quantidades de metano e nitrogênio produzidos pelas ovelhas, que fornecem um bom modelo de comparação com as vacas porque possuem sistemas digestivos semelhantes. As ovelhas desse estudo estão vivendo em túneis de plástico onde a sua produção de metano é monitorada através de uma variedade de dietas.

Muitos outros esforços estão a caminho para reduzir a produção de metano do ruminante, tais como tentar criar vacas que vivam mais tempo e que tenham melhores sistemas digestivos. Na Universidade de Hohenheim, na Alemanha, cientistas criaram uma pílula para segurar os gases na pança da vaca - a primeira cavidade do estômago dos ruminantes - e converter o metano em glicose. No entanto, a pílula exige uma dieta rigorosa e horários estruturados de alimentação, coisas que podem não combinar muito bem com a pastagem.

Em 2003, o governo da Nova Zelândia propôs uma taxa sobre a flatulência, que não foi adotada devido a um protesto generalizado.

Outros esforços visualizam os campos de pastagem sendo usados pelos produtores de gado, os quais serão discutidos na próxima seção.

Então, sabemos que os ruminantes estão produzindo quantidades enormes de metano, mas por quê? Os humanos produzem gases diariamente, mas nada comparável ao que esses animais produzem. Na próxima página, aprenderemos mais sobre a fonte do problema do metano e sobre a controvérsia que existe por trás disso.

As vacas poluem tanto quanto os carros?

A agricultura é responsável por aproximados 14% dos gases estufa do mundo. Uma porção significativa dessas emissões vem do metano, que em termos de sua contribuição para o aquecimento global, é 23 vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono. A Organização da Agricultura e Alimentos dos EUA informa que a produção de metano na agricultura pode aumentar em 60% por volta de 2030 [Fonte: Times Online (site em inglês)]. Cerca de 1,5 bilhão de vacas e bilhões de outros animais de pastagens existentes no mundo emitem dúzias de gases poluentes, incluindo uma grande quantidade de metano. Dois terços de toda a amônia vem das vacas.

Fotógrafo: Joe Gough | Agência: Dreamstime.com
As grandes quantidades de metano produzido pelas vacas são agoracausa de preocupação e assunto para muitas pesquisas científicas

As vacas emitem uma grande quantidade de metano através do arroto, e uma menor quantidade através da flatulência, ou seja, do seu pum. As estatísticas variam sobre quanto metano a vaca leiteira média expele. Alguns especialistas dizem que de 100 a 200 litros por dia, enquanto outros dizem que pode chegar a 500 litros por dia. De qualquer forma, é muito metano, uma quantidade comparável à poluição produzida por um carro em um único dia.

Para entender por que as vacas produzem metano, é importante conhecer um pouco mais sobre como funcionam. Vacas, cabras, ovelhas e muitos outros animais pertencem a uma classe de animais chamada de ruminantes. Os ruminantes têm quatro estômagos e digerem seu alimento em seus estômagos ao invés de seus intestinos, como fazem os humanos. Os ruminantes comem o alimento, regurgitam-no como bolo alimentar e tornam a comê-lo. Os estômagos são cheios de bactérias (em inglês) que facilitam a digestão, mas também produzem metano.

Com milhões de ruminantes na Inglaterra, incluindo 10 milhões de vacas, uma grande iniciativa está sendo promovida para frear as emissões de metano por lá. As vacas contribuem com 3% de todas as emissões de gás estufa na Inglaterra e 25 a 30% de seu metano. Na Nova Zelância, onde a criação de gado e ovelhas tem importância vital, 34% dos gases estufa vêm dos animais criados na fazenda. Um estudo de três anos, que começou em abril de 2007 por cientistas galeses, está examinando se adicionar alho (em inglês) ao alimento da vaca pode reduzir sua produção de metano. O estudo está em andamento, mas os primeiros resultados indicam que o alho corta a flatulência da vaca pela metade, atacando os micróbios que produzem o metano e que vivem nos estômagos das vacas [Fonte: BBC News (site em inglês)]. Os pesquisadores também estão tentando verificar se a adição de alho afeta a qualidade da carne ou do leite produzidos e até mesmo se os animais ficam com mau hálito.

Um outro estudo da Universidade de Gales, Aberystwyth, está rastreando quantidades de metano e nitrogênio produzidos pelas ovelhas, que fornecem um bom modelo de comparação com as vacas porque possuem sistemas digestivos semelhantes. As ovelhas desse estudo estão vivendo em túneis de plástico onde a sua produção de metano é monitorada através de uma variedade de dietas.

Muitos outros esforços estão a caminho para reduzir a produção de metano do ruminante, tais como tentar criar vacas que vivam mais tempo e que tenham melhores sistemas digestivos. Na Universidade de Hohenheim, na Alemanha, cientistas criaram uma pílula para segurar os gases na pança da vaca - a primeira cavidade do estômago dos ruminantes - e converter o metano em glicose. No entanto, a pílula exige uma dieta rigorosa e horários estruturados de alimentação, coisas que podem não combinar muito bem com a pastagem.

Em 2003, o governo da Nova Zelândia propôs uma taxa sobre a flatulência, que não foi adotada devido a um protesto generalizado.

Outros esforços visualizam os campos de pastagem sendo usados pelos produtores de gado, os quais serão discutidos na próxima seção.

Então, sabemos que os ruminantes estão produzindo quantidades enormes de metano, mas por quê? Os humanos produzem gases diariamente, mas nada comparável ao que esses animais produzem. Na próxima página, aprenderemos mais sobre a fonte do problema do metano e sobre a controvérsia que existe por trás disso.

Por que as vacas e outros ruminantes produzem metano?


Fotógrafo: Igor Terekhov |
Agência: Dreamstime.com
Gás metano causa mais danosdo que o dióxido de carbono.

Com o desenvolvimento da agricultura em larga escala, em meados do século 20, a lavoura tornou-se um grande negócio para muitas empresas. As terras ficaram consolidadas em grandes empreendimentos com muitos milhares de animais espalhados em uma grande quantidade de acres.

Inicialmente, as áreas de pasto foram preenchidas com uma variedade de grama e flores que cresciam naturalmente, oferecendo uma dieta diversificada para vacas e outros ruminantes. No entanto, para aperfeiçoar a eficiência da alimentação do gado, muitas dessas pastagens foram replantadas com azevém perene (em inglês). Com a ajuda de fertilizantes artificiais, o azevém perene cresce rapidamente e em enormes quantidades. Sua desvantagem é que ele não oferece o teor nutritivo de outras gramas e evita que outras plantas nutritivas possam se desenvolver. Um comentarista a apelidou de "fast food" das gramas [Fonte: Guardian%20Unlimited" (site em inglês) >Guardian Unlimited].

Essa simples dieta permite que muitas vacas sejam alimentadas, mas isso inibe a digestão. Uma dieta com azevém perene resulta também em uma quantidade significativa de vacas fracas e inférteis que têm de ser abatidas precocemente. É aqui que entra o metano. A grama difícil de ser digerida fermenta nos estômagos das vacas onde interage com micróbios e produz gás. Os detalhes exatos do processo ainda estão sendo estudados e mais informações podem fazer com que os cientistas consigam reduzir a produção de metano das vacas.

Um estudo da Universidade de Bristol comparou três tipos de pastos cultivados naturalmente com pastos de azevém cultivado com fertilizantes químicos. Carneiros foram alimentados com cada tipo de pastagem. A carne dos carneiros alimentados com pasto natural tinha menos gordura saturada (em inglês), mais ácidos graxos omega-3 (em inglês), mais vitamina E (em inglês) e níveis mais altos de ácido linoleico conjugado (CLA), uma "gordura benigna" que acredita-se que combata o câncer. A carne desses carneiros foi considerada de qualidade bastante alta e com boa pontuação nos testes de degustação.

Devido à preocupação com as dietas dos ruminantes, muitos pesquisadores estão investigando modos de alterar o que esses animais comem e misturar o melhor dos velhos pastos de gado - gramas e plantas diversificadas, de crescimento natural e ricas em nutrientes - com o melhor das novas - espécies de crescimento rápido e resistentes a pragas hostis. Uma possibilidade é aumentar a capacidade de plantas e flores benéficas, ricas em nutrientes, de crescerem juntamente com gramas de crescimento rápido geralmente usadas nos pastos. Uma outra linha de pesquisa se concentra em plantas que possuam um alto teor de tanino, o qual acredita-se que possa diminuir os níveis de metano em ruminantes e elevar a produção de leite, embora níveis excessivos de taninos possam ser danosos para o crescimento do ruminante.

Um estudo realizado por pesquisadores da Nova Zelândia recomenda o uso de plantas como o cornichão, que têm alto teor de ácido alfa linoleico, o que eleva os níveis de CLA. Plantar legumes e plantas geneticamente preparadas para captar o nitrogênio do ar também intensificará os níveis de nitrogênio do solo, o que é importante para um solo mais rico e plantas mais saudáveis.

Imagem cedida por Alden Pellett/Associated Press

Alguns produtores de laticínios usam sistemas de processamento para colher metano do estrume da vaca.
A energia é usada para movimentar a fazenda enquanto que o excesso é freqüentemente vendido para a rede elétrica local.
Os que acreditam em pastos com espécies misturadas e de crescimento natural, dizem que sua utilização reduzirá os gases estufa, aperfeiçoará a saúde do animal e a qualidade da carne, e reduzirá o uso de fertilizantes artificiais. Tentativas como pílulas para reduzir o metano ou a adição de alho podem ser apenas medidas temporárias que não conseguem resolver alguns dos principais problemas do gado, especialmente a poluição do ar e do solo, desmatamento das florestas, a produção de animais frágeis que deverão ser separados mais tarde e o uso de esteróides e fertilizantes artificiais.
Uma outra possibilidade é capturar o gás metano e usá-lo como energia ou vendê-lo para a rede elétrica. Alguns produtores também extraem metano de resíduos do gado, mas isso não resolve o maior problema do metano que é expelido. Utilizar esse metano significaria capturá-lo no ar, talvez confinando o gado em ambiente fechado ou provendo os animais com focinheiras especiais para que possam inibir a alimentação.

Geografia da Mafalda





Cartografia

Aqüífero Guarani


Descrição do Aqüífero Guarani
O aqüífero Guarani é talvez o maior manancial transfronteiriço de água doce subterrânea no planeta, estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do Paraná até a Bacia do Chaco-Paraná. Está localizado no centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude Sul e 47º e 65º de longitude Oeste, subjacente a quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Tem extensão total aproximada de 1,2 milhões de km2, sendo 840 mil km2 no Brasil, 225,500 mil km2 na Argentina, 71,700 mil km2 no Paraguai e 58.500 km2 no Uruguai. A porção brasileira integra o território de oito Estados: MS (213.200 km2), RS (157.600 km2), SP (155.800 km2), PR (131.300 km2), GO (55.000 km2), MG (51.300 km2), SC (49.200 km2) e MT (26.400 km2). A população atual do domínio de ocorrência do aqüífero é estimada em 15 milhões de habitantes.

O termo aqüífero Guarani é uma denominação unificadora de diferentes formações geológicas que foi dada pelo geólogo uruguaio Danilo Anton em homenagem à grande Nação Guarani, que habitava essa região nos primórdios do período colonial. O aqüífero foi inicialmente denominado de aqüífero gigante do Mercosul, por ocorrer nos quatro países participantes do referido acordo comercial (Araújo e tal.,1995).
O aqüífero se constitui pelo preenchimento de espaços nas rochas (poros e fissuras), convencionalmente denominadas Guarani. As rochas do Guarani constituem-se de um pacote de camadas arenosas depositadas na bacia geológica do Paraná, entre 245 e 144 milhões de atrás. A espessura das camadas varia de 50 a 800 metros, estando situadas em profundidades que podem atingir até 1800 metros. Em decorrência do gradiente geotérmico, as águas do aqüífero podem atingir temperaturas relativamente elevadas, em geral entre 50 e 85ºC.
O pacote camadas que constitui o aqüífero Guarani tem arquitetura arqueada para baixo como resultado da pressão das rochas sobrejacentes, como os espessos derrames de lavas basálticas oriundos da ativação de falhas, arcos regionais e soerguimento de bordas, ocorridos na bacia sedimentar do Paraná. As formações geológicas do Guarani congregam sedimentos fluvio-lacustres do período Triássico (245 - 208 milhões de anos): Formações Pirambóia e Rosário do Sul, no Brasil, e Buena Vista no Uruguai; sedimentos eólicos desérticos do período Jurássico (208 - 144 milhões de anos): Formações Botucatu, no Brasil; Misiones, no Paraguai; e Tacuarembó no Uruguai e Argentina (Rocha, 1997).
As reservas permanentes de água do aqüífero são da ordem de 45.000 km3 (ou 45 trilhões de metros cúbicos), considerando uma espessura média aqüífera de 250m e porosidade efetiva de 15%. As reservas explotáveis correspondem à recarga natural (média plurianual) e foram calculadas em 166 km3/ano ou 5 mil m3/s, representando o potencial renovável de água que circula no aqüífero. A recarga natural ocorre por meio da infiltração direta das águas de chuva nas áreas de afloramento das rochas do Guarani; e de forma indireta, por filtração vertical (drenança) ao longo de descontinuidades das rochas do pacote confinante sobrejacente, nas áreas onde a carga piezométrica favorece os fluxos descendentes.
Sob condições naturais, apenas uma parcela das reservas reguladoras é passível de explotação. Em geral, esta parcela é calculada entre 25% e 50% (Rebouças, 1992) das reservas reguladoras, respectivamente entre 40 a 80 km3/ano. Este volume pode aumentar dependendo da adoção de técnicas de desenvolvimento de aqüíferos disponíveis; contudo, os estudos deverão ser aprofundados para definir a taxa de explotação sustentável das reservas, uma vez que a soma das extrações com as descargas naturais do aqüífero para rios e oceano, não pode ser superior a sua recarga natural.
A proteção contra os agentes de poluição que comumente afetam os mananciais de água na superfície, que decorre de mecanismos naturais de filtração e autodepuração bio-geoquímica que ocorrem no subsolo, resulta numa água de excelente qualidade. A qualidade da água e a possibilidade de captação nos próprios locais onde ocorrem as demandas fazem com que o aproveitamento das águas do aqüífero Guarani assuma características econômicas, sociais e políticas destacadas para abastecimento da população.
Aspectos relativos ao desenvolvimento e uso das funções do aqüífero são ainda incipientes. O uso da energia termal de suas águas poderá resultar, eventualmente, em economia de energia de outras fontes e em processos de co-geração de energia elétrica. Atualmente, destaca-se o uso energético em balneários e indústrias agropecuárias.
Um dos principais problemas existentes é o risco de deterioração do aqüífero em decorrência do aumento dos volumes explotados e do crescimento das fontes de poluição pontuais e difusas. Essa situação exige gerenciamento adequado por parte das esferas de governo federal, estadual e municipal sobre as condições de aproveitamento dos recursos do aqüífero.
O Projeto Aqüífero Guarani visa contribuir para a superação da situação atual por meio da formulação de um modelo técnico, legal e institucional para a gestão dos recursos do aqüífero de forma coordenada pelo conjunto dos países e organismos envolvidos.
Referências:
Araújo, L.M. França, A.B. e Potter, P.E. 1995. Aqüífero Gigante do MERCOSUL no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai: Mapas hidrogeológicos das Formações Botucatu, Pirambóia, Rosário do Sul, Buena Vista, Misiones e Tacuarembó. UFPR e PETROBRÁS, 16 p. Curitiba, Paraná - Brasil.
Rebouças, A.C. 1976. Recursos Hídricos Subterrâneos da Bacia do Paraná: Análise da pré-viabilidade. Tese de Livre Docência. Universidade de São Paulo, 143p.
Rocha, G.A. 1997. O grande manancial do Cone Sul. USP, Estudos Avançados no 30. p. 191-212.
Para maiores informações visite o site: http://www.ana.gov.br/guarani
Universidade da Água

Consciência sobre a Água


Olimpio Araujo Junior
Geógrafo-ambientalista; Diretor de Comunicação da Rede de Comunicação Ambiental EcoTerra Brasil
oaj@ecoterrabrasil.com.br

Segundo a Organização Mundial de Saúde, no Brasil, morrem atualmente 29 pessoas/dia por doenças decorrentes da qualidade da água e do não tratamento de esgotos e estima-se que cerca de 70% dos leitos dos hospitais estão ocupados por pessoas que contraíram doenças transmitidas pela água.
A superfície de nosso planeta é constituída por apenas 30% de terra firme, os 70% restantes são de água, mas nem toda essa água está disponível para uso humano, 97% são águas salgadas e apenas 3% são doces. Destes, apenas 0,6% são águas doces superficiais sendo que um pouco mais da metade está disponível nos lagos e nos rios. Nosso corpo também é em sua maior parte constituído por água e por isso nossa vida depende diretamente dela.

Cada vez mais vemos crescer a consciência sobre sua importância vital, porém, mesmo sabendo da incomensurável importância para nossas vidas e do risco eminente da falta da mesma, muitos ainda continuam poluindo rios e reservatórios com esgotos domésticos e industriais, retirando vegetação protetora das margens e mananciais, o que apressa seu assoreamento, envenenando com metais pesados e agrotóxicos, construindo em suas margens e modificando seus cursos, além de muitas outras agressões. Ao mesmo tempo, empresas multinacionais, que já entenderam o valor vital da água, resolveram agora embutir um valor econômico, transformando o que deveria ser direito de todos em mais um bem de consumo, um produto para enriquecer ainda mais quem já tem bastante dinheiro.
Imagem: www.educarede.org.br

A natureza, o homem e até mesmo as cidades estão interligados e dependem de um equilíbrio do ciclo da água. Apenas quando tivermos um destino adequado para todo o lixo e todo esgoto produzido nas áreas urbanas, poderemos garantir a conservação de nossos rios e mananciais. Por isso é preciso combater a poluição dos rios, impedir a ocupação irregular de seus leitos e, principalmente, investir em na recomposição das matas ciliares e dos mananciais. A vegetação ciliar, ou matas de galeria, atuam como um amortecedor das chuvas, ajudando o solo a absorver cerca de 99,5% das suas águas, que são posteriormente liberadas lentamente para o lençol freático, mantendo desde mananciais e rios até olhos d’água e nascentes.
A ÁGUA EM NOSSAS VIDAS
A água, como todos sabemos, é um elemento essencial para que a vida exista na Terra. Nenhum ser, animal ou vegetal sobrevive sem ela. Mas esse não é seu único papel na natureza. Como agente intempérico ela molda rochas, modifica paisagens, forma rios, mares e lagos. Sem sua ação intempérica não teríamos o solo que nos dá alimento e é sustentação de grande parte da vida vegetal existente.
A água também enfeita nossos céus. Quem nunca brincou de descobrir a forma das nuvens quando era criança, quem nunca parou para observar as nuvens no horizonte durante o crepúsculo. Na imensidão branca do Alaska, ou no deserto de gelo da Antártida, assim como nos cumes das montanhas a água se apresenta em estado sólido, formando paisagens exuberantes que atraem a curiosidade de milhares de aventureiros.
No ambiente urbano a água tem um papel fundamental, podendo ser fonte de vida ao saciar nossa sede e ajudar em nossa higiene, ou fonte de graves doenças, quando é poluída por nossos próprios dejetos transformando-se em um veículo para micro e macro organismos maléficos.
Ela também é essencial para regular o clima da cidade, pois como tem capacidade de armazenar calor pode colaborar com o arrefecimento da mesma. Em cidades onde a água e a vegetação aparecem com menor freqüência, o micro clima urbano pode variar em até 9ºC a mais do que em ambientes naturais.
A chuva faz parte do ciclo da água, e é graças a ela que muitos de nossos mananciais se mantém abastecidos, que nossas lavouras continuam produzindo alimentos para nossa mesa, porém, ao encontrar o solo impermeabilizado da cidade, o que é uma dádiva para a agricultura pode se tornar um pesadelo para muitos.
A ocupação irregular em áreas de alagamento (várzeas), a poluição excessiva, a retirada indiscriminada das matas ciliares e a própria impermeabilização do solo urbano são responsáveis por enchentes que deixam milhares de pessoas desabrigadas todos os anos. É a natureza dando sua resposta pelos ataques que sofre.
A água no ambiente urbano também pode ter sua função estética e de lazer. Enfeitando praças e chafarizes, formando lagos, ou sendo utilizada em parques aquáticos e clubes, ela também ajuda a melhorar nossa qualidade de vida.
A água é uma grande aliada da vida, mas muitas vezes nós mesmos a transformamos em uma arma por não respeitá-la da forma devida. O futuro de todo o planeta depende dela, e está em nossas mãos encontrar meios para preservá-la.
PERIGO NO PLANETA ÁGUA
Nos últimos 50 anos a população mundial passou de 2,5 bilhões de pessoas para 6,1 bilhões. Estima-se que até 2050 nosso palneta tenha entre 9 e 11 bilhões de habitantes. Com este crescimento populacional, cresce também a demanda por alimentos, por energia, água e recursos minerais, aumentando também a poluição e a degradação ambiental.
Atualmente a proporção de área cultivada por pessoa caiu de 0,24ha/pessoa em 1950 para 0,12ha/pessoa em 2000. Calcula-se que em 2050 a proporção será de 0,08ha/pessoa. A terra agriculturável é cada vez mais escassa e a biotecnologia já provou não ser eficiente no aumento da produtividade.
Dentro deste contexto, nos resta uma grande esperança nos oceanos e nos mares. Dois terços da superfície do planeta estão cobertos por águas salgadas, caracterizando-se como uma fonte importantíssima de riquezas, de energia e principalmente, de alimentos. Se forem explorados de maneira sustentável, os oceanos e os mares podem contribuir em muito com a solução de nossos principais problemas.
Todos os anos são capturados no mundo cerca de 90 milhões de toneladas de peixes, que além de gerar renda para milhares de famílias de pescadores e de comerciantes, ainda ajudam a amenizar a fome e a melhorar a dieta de muitos. Os oceanos também ajudam a estabilizar o clima mundial, são fonte de água potável, após tratamento especial, em muitos países onde a água doce é escassa, e também são considerados uma importante fonte alternativa de energia elétrica e de combustíveis fósseis. Trinta por cento da produção mundial de petróleo provém dos mares, sendo que o Brasil é líder mundial na exploração em grandes profundidades. O transporte marítimo é responsável hoje por oitenta por cento do comércio mundial.
Com todos estes argumentos, fica fácil perceber que a vida e o futuro na Terra dependem também da utilização correta dos mares e dos oceanos, porém, não estamos tomando todos os cuidados que deveríamos. O litoral brasileiro, por exemplo, é famoso por bons e maus motivos. Com suas praias exuberantes e seus portos indispensáveis para o escoamento de nossos produtos, também enfrenta o despejo de esgotos de cidades inteiras além da falta de consciência de muitos turistas e empresas que colaboram diretamente no aumento da poluição. Acidentes com petroleiros também tem colocado em risco nossas águas salgadas. Exemplo disso foram os dois petroleiros, o Erika, ao largo da costa de França, e o Prestige, ao largo da costa da Galiza, que juntos causaram um dos mais graves acidentes ambientais da história.
Alguns poucos homens, na ganância de satisfazer seus desejos capitalistas, já destruíram grande parte dos ambientes naturais de nossos continentes, colocando em risco todos os demais seres humanos, agora, estão acabando com os Oceanos, antes mesmo que possamos conhece-los melhor. Precisamos fazer algo imediatamente, pois é o nosso futuro e o de todas os formas de vida que está em jogo.
VAI FALTAR ÁGUA!
A vida começou com a água e a falta dela pode nos extinguir. Segundo a ONU, até 2025, dois bilhões e setecentos milhões de pessoas vão sofrer severamente com a falta de água. O homem é o grande consumidor de água doce, em média são utilizados 200 litros de água/dia/pessoa, em números aproximados.
Sabe-se que o consumo de uma família na cidade é seis vezes maior que de outra família no campo, porém, o consumo de água na agricultura é responsável por 70% do total mundial. Uma descarga sanitária equivale a doze litros, e para se lavar uma quantidade de roupas na máquina, o consumo aproximado é de 120 litros. Um quilo de carne corresponde a 18.000 litros de água que foram fornecidos direta ou indiretamente ao animal que lhe deu origem, até a carne estar pronta para o consumo.

Graças a esse consumo exagerado, rios famosos como o Nilo ou o Colorado já não conseguem alcançar sua foz na estação seca. Até mesmo o Mar de Aral na Rússia teve seu volume diminuído pela metade devido a utilização de sua água na agricultura. Todos os setores da economia necessitam de grandes quantidades de água, por isso a preservação dos nossos recursos hídricos devem tornar-se prioridade imediata no que se refere à sua qualidade, pois direta ou indiretamente todos dependemos deles.

Um litro de esgoto lançado em um rio deixa centenas litros de água impróprios para consumo. Esse tipo de poluição é responsável por 5 milhões de mortes por ano, causadas por doenças como a cólera e a disenteria. A degradação de nossos recursos hídricos também está diretamente ligada com os desmatamentos, causados pela mineração e pela urbanização. Isso tudo é resultado da irresponsabilidade dos governos, das indústrias e até mesmo da sociedade, que durante anos não respeitaram as legislações ambientais, por desconhecimento ou mesmo pela constante busca do lucro fácil, resultando na diminuição de investimentos no tratamento de seus resíduos.
Através da lei 9.433/97 o uso e a poluição da água começarão a ser cobrados com a intenção de reduzir o consumo e punir quem não se preocupa com a sustentabilidade de nossos recursos hídricos, mas é preciso que a população participe deste processo, tanto na fiscalização, como com denúncias e mesmo com a mudança de seus próprios hábitos, ou não conseguiremos reverter estas tristes estatísticas que podem nos levar a uma catástrofe irreversível.
O PETRÓLEO POTÁVEL
Desde a descoberta da utilização do petróleo como combustível e como matéria prima para a indústria pudemos assistir centenas de conflitos bélicos e comerciais pela disputa do chamado “Ouro Negro”. Atualmente estamos vivenciando a busca por novas fontes de energia, já que a previsão para as reservas mundiais não ultrapassa trinta anos. Porém, as guerras não deverão acabar por esse motivo, muito pelo contrário, a tendência é que elas mudem seu foco para outro líquido precioso, o “petróleo potável”, isto é, a água.
Em muitos países, a guerra já começou há séculos com é o caso do Oriente Médio e Norte da África. Suas populações continuam crescendo e seus reservatórios continuam diminuindo. Com menor valor econômico mas não de menor importância, a água é essencial para a sobrevivência humana, animal e vegetal. Sem ela, todo o planeta corre risco, toda vida existente na Terra nasceu da água e poderá desaparecer pela falta da mesma.
Arte Online/Folha Imagem

Fonte: IWMI (International Water Management Institute)
No Brasil, temos concentrada na bacia Amazônica 16% de toda a água doce disponível no planeta além da maior reserva de água subterrânea do mundo: o Aqüífero Guarani No total, utilizamos apenas cerca de 1% de nossas reservas enquanto a China acompanha seu lençol freático baixar 1,5 metro por ano, já somando 59 metro a menos nos últimos 35 anos. Eles também enfrentam junto com os Estado Unidos, Chile, Argentina e Índia a presença de pequenas quantidades de arsênico na água que levam todos os anos milhares de pessoas à morte com câncer de pele, diabetes, doenças vasculares, digestivas, hepáticas, nervosas e renais. A natureza se encarrega de evaporar a água dos oceanos, transformá-las em água doce e entrega-las a terra, porém, antes de chegar a superfície ela passa por gases tóxicos emitidos por indústrias e automóveis, depois encontra solos saturados de agrotóxicos, cidades e rios poluídos.
A ação não significa recuperação imediata, quando ela é apenas localizada e não geral os resultados são ainda menores. Precisamos urgentemente mudar nossas atitudes pois apenas com uma reversão global de valores conseguiremos evitar uma catástrofe mesmo que a longo prazo. No Brasil ainda temos muita água, mas ela não servirá de nada se estiver completamente poluída.
Universidade da Água

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