quarta-feira, 11 de abril de 2018

Baleia é encontrada morta com 29 quilos de plástico em seu estômago


Estima-se que cerca de oito milhões de toneladas de plástico adentrem nos oceanos todos os anos

BALEIA DA ESPÉCIE CACHALOTE ENCALHADA NA PRAIA DE MÚRCIA, NO SUL DA ESPANHA (FOTO: REPRODUÇÃO/ TWITTER (@ESPNATURALESMUR))

No início de fevereiro, uma baleia da espécie cachalote (conhecida por ser um dos maiores cetáceos do mundo) foi encontrada encalhada e morta na costa de Múrcia, cidade ao sul da Espanha.


Esse fato por si só já é bastante triste, porém, após uma autópsia do animal, que media dez metros, a história ficou ainda pior. Quando um grupo de especialistas do Centro de Recuperação de Vida Selvagem El Valle, na Espanha abriu o estômago do mamífero, foi encontrado o equivalente a 29 quilos de sacos plásticos – desses que utilizamos para ir ao mercado –, um galão de plástico e diversos pedaços de cordas e redes.

Após uma longa análise, os especialistas concluíram que a baleia havia morrido porque ela não conseguia expelir todo o plástico que havia engolido. A principal teoria é que esses materiais bloquearam o sistema digestivo do animal, causando uma infecção no abdômen (conhecida por peritonite) e desencadeando na morte do mamífero.

Estima-se que cerca de oito milhões de toneladas de plástico adentrem nos oceanos todos os anos. 

“A presença de plásticos nos mares e oceanos é uma das principais ameaças para a conservação da vida selvagem em todo o mundo, visto que muitos animais ficam presos em lixos ou ingerem grandes quantidades de plástico, o que lhes leva à morte”, afirmou porta-voz do meio ambiente do governo de Múrcia.

Recentemente, a fundação The Ocean Cleanup divulgou um estudo em que afirmou ter aproximadamente 79 mil toneladas de restos de plástico permeando o Oceano Pacífico. Para se ter uma noção, essa quantidade de material equivaleria a três vezes o tamanho da França.
PEDAÇOS DE PLÁSTICO QUE FORAM ENCONTRADOS DENTRO DO ESTÔMAGO DA BALEIA APÓS AUTÓPSIA (FOTO: REPRODUÇÃO/ TWITTER (@ESPNATURALESMUR))

Estima-se que no ano de 2050 teremos mais plástico do que peixes em nossos oceanos.

É por isso que histórias com destinos tão tristes como o dessa cachalote são comuns. Há outros tantos exemplos de baleias que aparecem encalhadas em praias com seus estômagos repletos de plástico – vale ressaltar que o plástico pode também conter substâncias tóxicas tal como os metais pesados.

Em 2017, o documentário Blue Planet II, protagonizado pelo naturalista David Attenborough, trouxe uma cena em que uma baleia aparece morta após a poluição por plástico (confira a cena no vídeo abaixo). “Ao menos que o fluxo de plástico no oceano seja reduzido, a vida marinha será intoxicada por esses materiais por muitos séculos que ainda virão”, afirmou Attenborough

Um dado positivo diante toda essa triste situação é que que estão surgindo medidas para a redução da utilização de sacolas plásticas descartáveis. Por exemplo, a cobrança por saquinhos em mercados na Inglaterra reduziu em 80% o uso desses materiais. Nesse mesmo sentido, vale a pena apostar em ecobags e sacolas de plástico reutilizáveis.
Revista Galileu

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