quinta-feira, 15 de setembro de 2016

NASA prevê recorde de queimadas na Amazônia

El Niño poderá dirigir temporada intensa de incêndios na Amazônia
3 de setembro de 2016



Os efeitos duradouros do El Niño são projetados para causar uma temporada intensa de fogo na Amazônia, de acordo com a previsão de cientistas da NASA e da Universidade da Califórnia, em Irvine.


A Amazônia, pelas condições do El Niño em 2015 e início de 2016, teve e está tendo, reduzida a precipitação durante a estação chuvosa, deixando a região mais seca no início da estação seca de 2016 do que qualquer ano desde 2002, tendo os padrões de chuva sido alterados em todo o mundo, de acordo com dados de satélite da NASA.

Os riscos de incêndio para os meses de seca de julho a outubro deste ano já ultrapassam o risco de incêndio em 2005 e 2010, anos de seca, quando incêndios queimaram grandes áreas de floresta amazônica, disse Doug Morton, um cientista da terra na NASA Goddard Space Flight Center, que ajudou a criar a Previsão do fogo.

Gravidade do risco de incêndio na Amazônia

Em uma escala de zero a 100, o risco da atividade de incêndio grave em Julho, Agosto e Setembro é elevado para seis estados no Brasil (Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia), três departamentos da Bolívia (El Beni, Pando e Santa Cruz), e um país (Peru).

“As condições de seca severa no início da estação seca defini o cenário para o risco de incêndio extremo em 2016 em todo o sul da Amazônia”, disse Morton. 



Segundo Jim Randerson, da UC-Irvine e pesquisador do Centro Goddard de Voo Espacial, da Nasa, e um dos responsáveis pela previsão, a expectativa é de que este ano vá bater o recorde

A previsão de fogo na Amazônia utiliza a relação entre clima e detecções de fogo ativas de satélites da NASA para predizer a gravidade época de incêndios durante a estação seca da região. Desenvolvido em 2011 por cientistas da Universidade da Califórnia, Irvine e da NASA Goddard Space Flight Center, o modelo de previsão é focada particularmente na ligação entre as temperaturas da superfície do mar e atividade do fogo. As temperaturas da superfície do mar mais quentes no Pacífico tropical (El Niño) e Atlântico mudar precipitação longe da região amazônica, aumentando o risco de incêndios durante os meses de estação seca.

Uma análise dos dados da missão de satélite de Recuperação da Gravidade e Experimentos Climáticos (GRACE) mostra maior déficit hídrico do solo, em 2016 do que os anos de seca anteriores com alta atividade do fogo na Amazônia.

A equipe também utiliza os dados sobre o armazenamento de água terrestre da missão conjunta NASA / German Aerospace Center (DLR) Recuperação de Gravidade e Experimentos Climáticos (GRACE) para acompanhar as mudanças nas águas subterrâneas durante a estação seca. As medições GRACE servem como uma previsão para a secura dos solos e florestas.

Os cientistas da NASA e UC-Irvine tem trabalhado com cientistas e especialistas sul-americanos para torná-los conscientes da previsão nos últimos anos. Liana Anderson, um cientista brasileiro a partir do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta Precoce de Desastres Naturais (CEMADEN), disse que “o fogo prevê três a seis meses antes da atividade pico de fogo são importantes para identificar as áreas com maior probabilidade de incêndio para o planejamento integrado de apoio a ações locais “.



Para 2016, as condições provocadas pelo El Niño são muito mais seco do que 2005 e 2010 – os últimos anos, quando a região passou a seca. A equipe também desenvolveu uma ferramenta web para acompanhar a evolução da época de incêndios na Amazônia em tempo quase real. A previsão de emissões de fogo provenientes de cada região são atualizados diariamente, com base na relação entre as detecções de fogo ativo – feita pelo Spectroradiometer Resolution Imaging Moderada (MODIS) instrumento no satélite Terra da NASA – e dados sobre as emissões de incêndio a partir do global fogo Emissões de banco de dados (GFED) em anos anteriores. Até agora, no entanto, a região tem visto mais incêndios até à data do que aqueles anos, um outro indicador que se alinha com a previsão de severidade do fogo.

“Quando as árvores têm menos umidade para recorrer no início da estação seca, eles se tornam mais vulneráveis ao fogo, e evaporam menos água para a atmosfera”, disse o cientista Jim Randerson, da UC-Irvine, que colaborou com o cientista Yang Chen na construção do modelo de previsão. “Isso coloca milhões de árvores sob a tensão e diminui a umidade em toda a região, permitindo que os incêndios cresçam mais do que normalmente fariam.”



Incêndios na Amazônia tem impactos locais, regionais e de longa distância. Incêndios agrícolas que escapam de seus limites pretendidos podem danificar plantações vizinhas e florestas da Amazônia. Mesmo os lentos incêndios florestais causam degradação florestal grave, como as árvores da floresta amazônica não são adaptadas ao fogo. Juntos, os incêndios intencionais para a gestão agrícola, desmatamento e incêndios florestais geram enormes plumas de fumaça que degradam a qualidade do ar na região, agravando problemas com asma e doenças respiratórias. As fumaças dos incêndios da Amazônia finalmente fluem para o sul e para o leste sobre os grandes centros urbanos do sul do Brasil, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, contribuindo para preocupações de qualidade do ar.

Enquanto os cientistas têm vindo a trabalhar com as autoridades sul-americanas para transmitir os resultados das previsões de incêndio e aumentar a consciência do risco de incêndio, eles também disseram que o trabalho poderia levar a melhores previsões incêndios em outras regiões do mundo. A equipe recentemente identificou 9 regiões fora da Amazônia onde os riscos de incêndios também podem ser previstos 3-6 meses antes do pico de atividade do fogo. Pode ser possível construir previsões de incêndio sazonais operacionais para grande parte da América Central e para muitos países do Sudeste Asiático, disse Randerson.

Fotos: Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE), NASA, Yang Chen, da Universidade da Califórnia

(*) Publicado originalmente na edição 57 da Revista Amazônia.

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