terça-feira, 2 de agosto de 2016

O que se perde no lixo falta na mesa

  Descarte dos centros de distribuição poderia alimentar muitos / Foto: Fernando Piovesan

  EVANILDO DA SILVEIRA

Apesar dos avanços tecnológicos e do aumento da área cultivada, que levaram a produção agrícola a níveis nunca antes alcançados, em torno de 800 milhões de pessoas no mundo – um a cada nove terráqueos – ainda passam fome. E um dos maiores responsáveis por essa situação, por incrível que pareça, é o desperdício de alimentos. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), cerca de 30% de tudo que é produzido anualmente pelo campo vai para o lixo em algum momento de sua trajetória entre a lavoura e a casa do consumidor. No Brasil, o quarto produtor mundial de comida, cerca de 3,4 milhões de indivíduos vivem em situação de insegurança alimentar, eufemismo para dizer que na maior parte do tempo eles não têm o que comer. O número poderia ser menor se ao redor de 26,3 milhões de toneladas de produtos alimentícios não fossem jogadas fora todos os anos.

Esse total, amplamente divulgado, pode estar defasado ou ser inferior ao volume real descartado pelo país. “Não dispomos de metodologia para avaliar e quantificar as perdas e os desperdícios, não temos dados precisos e não é possível generalizar”, diz Murillo Freire Júnior, pesquisador em Tecnologia Pós-Colheita da Embrapa Agroindústria de Alimentos, uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, no Rio de Janeiro.

Seja como for, o fato é que, dependendo da fonte, o tamanho da montanha de alimentos perdidos pode ser ainda mais alta. De acordo com o pesquisador e professor José Abrantes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), autor do livro Brasil, o País dos Desperdícios, somos um dos campeões mundiais em perdas de alimentos. “Descartamos cerca de 50% do total que produzimos”, diz. Isto equivale, segundo ele, a cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que correspondeu a algo perto de R$ 28 bilhões em 2015. “A nação que menos desperdiça é o Japão, com 20%, seguido da Europa e dos Estados Unidos, onde esse índice varia entre 25% e 30%”, informa.

O desproveito se caracteriza quando o alimento produzido é jogado fora, ou seja, não chega a quem necessita. A maior parte dos produtos é desprezada porque está fora do prazo de validade ou fora do padrão estabelecido pela legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Um exemplo é dado pelos frutos considerados feios, que não são padronizados nem têm um apelo de venda comercial elevado, mas têm as proteínas, as vitaminas e os sais minerais de um produto normal.

No Brasil, as perdas ocorrem em todas as fases da cadeia produtiva, desde o plantio até chegar à mesa dos consumidores. Segundo Abrantes, já no plantio a perda é de 5%, porcentual que se repete durante o crescimento e amadurecimento da cultura. O manuseio inadequado e técnicas ultrapassadas durante a colheita levam outros 20%.

Saindo da lavoura, mais 20% de desperdício se dá durante o transporte. Os problemas começam quando a safra sai da porteira da fazenda, rumo a seu destino final, que pode ser um porto, de onde será exportada, ou os grandes centros urbanos consumidores no próprio país. Para isso, ela tem de cumprir uma longa jornada, que às vezes pode chegar até 2 mil quilômetros, enfrentando, na maior parte das vezes, estradas esburacadas, ferrovias escassas e lentas e portos sucateados. Não é de se surpreender, portanto, com a ocorrência de desperdício pelo caminho. Ao chegar a seus destinos intermediários, entre a lavoura e a mesa, isto é, nos locais de armazenamento e centros de abastecimento, outros 20% foram perdidos.

A nutricionista Flavia Queiroga Aranha, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus Botucatu, tem outros dados. “Apenas na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), 100 toneladas diárias de comida vão para o lixo a despeito do fato de que de 30% a 50% ainda são próprias para o consumo”, informa. “Esse volume daria para alimentar mais de 30 milhões de pessoas durante um ano (o suficiente para acabar com a fome no Brasil)”. Para fechar os 100% de desperdício vale citar a perda de 5% no percurso entre o supermercado e as casas dos consumidores e 25% nas próprias residências. Segundo a Embrapa, cada brasileiro desperdiça 37 quilos de hortaliças por ano. Com base na informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que cada morador de uma grande cidade consome, em média, 35 quilos daqueles itens por ano, conclui-se que são jogados no lixo mais alimentos do que a quantidade consumida por uma pessoa.

As razões desse desperdício no Brasil são muitas e podem variar conforme o produto. Uma delas, segundo Flavia, é a falta de consciência da população sobre o problema. “Isso é uma característica da nossa cultura e que acaba afetando a economia nacional, apresentando resultado negativo para toda a sociedade”, argumenta. Há causas mais concretas, no entanto. Estudos da Embrapa apontam, no caso de frutas e hortaliças, o manuseio inadequado no campo, o uso de embalagens impróprias, o transporte deficiente, a comercialização de produtos a granel, a ausência de refrigeração, a contaminação, a ineficiência do comércio no atacado, o excesso de manuseio por parte dos consumidores, a forma como são dispostas nas gôndolas dos supermercados e a deficiência administrativa nos centros atacadistas e varejistas.

Restos de comida

No caso da banana, por exemplo, muitas são amassadas durante o transporte em caixas empilhadas umas sobre as outras nos caminhões. Algo semelhante acontece com os abacaxis, que viajam amontoados. Outro ponto de grande perda são as feiras livres. Apenas no estado de São Paulo estima-se que elas descartam, todos os dias, mil toneladas de alimentos. Também contribui para o desperdício o hábito da população de comprar produtos in natura e se desfazer de talos, cascas e alguns tipos de folhas que poderiam ser aproveitadas.

Há ainda os restos que estragam na geladeira e os que sobram nos pratos e têm o lixo como destino. Flavia explica que estes últimos são chamados tecnicamente de resto-ingestão, nome que se dá aos alimentos distribuídos, mas não consumidos. São quantidades desperdiçadas por motivos vários, tais como, cardápio não compatível com o paladar do usuário e porções inadequadas, maiores do que uma pessoa pode comer. Com o objetivo de conhecer o perfil de desperdício dos clientes de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) de uma empresa metalúrgica de Botucatu, a nutricionista realizou, anos atrás, uma pesquisa que durou 45 dias. “Nesse período coletamos dados nos dias úteis, quando então são oferecidas cerca de 4.800 refeições diárias, entre almoço, jantar e ceia, em seus dois refeitórios”, conta. Os resultados, revela Flavia, mostraram que as porcentagens de sobra no almoço variaram de 7,48% a 13,39%; no jantar, de 5,53% a 9,68%, e na ceia, de 17,09% a 60,85%. “Com relação ao índice de resto-ingestão os valores encontrados estão abaixo de 10%, com exceção do 14º dia no período do jantar, quando o porcentual foi de 11,15%”, ela conta. “Com a comida descartada na UAN poderiam ser alimentadas cerca de 11.450 pessoas. Os resultados obtidos indicam que é necessário um processo de treinamento dos colaboradores e conscientização dos comensais, por meio de campanhas de combate ao desperdício”.

Diante desse quadro não causa espanto os números apresentados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), segundo os quais cerca de 60% dos alimentos comprados pelos brasileiros não são aproveitados – o que representa dizer que mais da metade do lixo produzido no país, todos os anos, é composta por restos de comida. E isso porque muitos alimentos são indevidamente descartados, pois ainda estariam próprios para consumo. Para muitos estudiosos do problema, entre as causas do desperdício também se alinha a falta de planejamento na produção, na compra e no consumo. A isso, soma-se o inchaço da cadeia de comercialização, com a presença de muitos intermediários entre o produtor e o consumidor final. Algo semelhante ocorre nas feiras livres, instituições antigas que ainda se abastecem por meio de terceiros. Se comprassem direto dos produtores, seria mais fácil adquirir quantidades menores, adequadas às suas vendas e, consequentemente, reduzindo perdas.

O desperdício de alimentos, na realidade, é parte de um problema maior. O professor da UERJ, José Abrantes lembra que junto com a comida se desperdiçam água, energia, insumos e toda a cadeia de trabalhos envolvidos na produção, na colheita, no transporte e no armazenamento. “Ao não aproveitar devidamente os produtos alimentícios também estamos causando sérios problemas ambientais, pois para produzi-los precisamos de água, de energia e de insumos”, observa. “Tudo isto causa impactos, gerando prejuízos para o meio ambiente por retirar recursos da natureza que depois não aproveitamos”.

Se a população tivesse consciência do quanto de recursos naturais são necessários para produzir comida, talvez o desperdício fosse menor. Segundo o Banco de Alimentos, uma ONG que combate a fome e o desperdício, para produzir, por exemplo, um quilo de banana são necessários 500 litros de água. “A cada quilo do fruto consumido perdem-se até 200 litros de água com o descarte da casca (30% a 40% de seu peso).” Ainda de acordo com aquela entidade, uma banana pesa aproximadamente 120 gramas, ou seja, são necessários 60 litros de água para ser produzida. Se a casca de um só fruto não for aproveitada, são desperdiçados 24 litros. “Volume de água que daria para tomar três minutos de banho, dar duas descargas ou lavar o rosto duas vezes”.

Nessa mesma linha de raciocínio, o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, disse, durante a comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho de 2015, que o modelo de agricultura e pecuária extensivos praticados em todo o mundo é responsável por mais de 70% do consumo de água doce. “Um hambúrguer de carne em seu prato no almoço poderia exigir uma incrível quantidade de 2.400 litros do líquido nessa produção”, declarou na ocasião. “Você gostaria de batatas fritas? Adicione mais 100 litros, isso sem mencionar o impacto dos pesticidas e das embalagens não degradáveis. Bon appétit”.

Steiner afirmou ainda que a produção de alimentos é uma das principais responsáveis pelo desmatamento. Segundo ele, nada menos “que 80% da derrubada de árvores são motivadas pela expansão de áreas agricultáveis e pasto para animais de corte”. Assim, “a perda de espécies animais e de biodiversidade acaba sendo a consequência natural deste processo descontrolado”. Por isso, de acordo com ele, “sem mudar ou substituir o modelo de agricultura e pecuária extensivo em curso, será muito difícil manter o estilo de vida atual da humanidade por muito tempo”.

Programa Mesa Brasil

Como se não bastasse, a tendência é que a situação piore se nada for feito. O diretor do Pnuma lembrou que, segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), até 2050, a população do planeta deverá chegar a 9 bilhões de pessoas, fazendo crescer a demanda sobre os recursos naturais. “Somado a um provável aumento da poluição, as consequências para a humanidade podem ser catastróficas”, alertou. De certa forma, isso já pode ser sentido em parte. “Secas recordes, inundações, poluição sufocante do ar e espécies ameaçadas de extinção tornaram-se notícias diárias nos últimos dez anos.” A saída, segundo o diretor Steiner, é apostar na chamada economia verde, ou seja, no aumento radical da produtividade da agricultura e pecuária, produzindo mais, mas consumindo menos insumos e recursos naturais. Para ele, é preciso “modificar os padrões de produção e consumo”, revertendo a lógica de extração, produção, consumo e desperdício. “Que se imite os processos naturais, em que não existe o conceito de ‘sobra’, apenas comida para outro organismo ou processo.”

Frente à gravidade da questão da perda de alimentos no Brasil, governo, empresas públicas, instituições sem fins lucrativos e ONGs têm adotado uma série de ações e programas para – mesmo que não se chegue a uma solução definitiva – pelo menos mitigar o problema. A nutricionista Flavia cita como um dos exemplos o programa Fome Zero, do governo federal, além de outros fora da alçada do poder público, como o Mesa Brasil, do Sesc, e o Banco de Alimentos, diz. De acordo com ela, o objetivo é permitir que um maior número de pessoas tenha acesso a alimentos básicos e de qualidade – e em quantidade suficiente – para uma alimentação saudável e equilibrada. “Os produtos distribuídos pelo Banco de Alimentos são excedentes de comercializações, perfeitos para o consumo”, assegura. “A distribuição possibilita a complementação alimentar a todas as pessoas assistidas pelas 42 instituições cadastradas no projeto, que chega a mais de 21 mil”.

O Programa Mesa Brasil, por seu turno, foi criado pelo Sesc São Paulo, em 1994, passando a atuar em todo o país a partir de 2003. Segundo Luciana Curvello Gonçalves, coordenadora estadual, o objetivo é minimizar o desperdício e as situações de insegurança alimentar existentes no país. “Para tanto, estabelecemos parcerias numa ponta com empresas que fornecem ou produzem comida e, na outra, com instituições sociais que desenvolvem um trabalho sério com a comunidade e que precisam desse apoio para que a alimentação servida aos seus assistidos seja mais completa, do ponto de vista nutricional”.

Para se cadastrar no programa, os doadores têm que ter produto próprio para o consumo. “São supermercados, indústrias, feirantes, permissionários dentro das centrais de abastecimento (como o Ceagesp, de São Paulo), pequenos agricultores, enfim, toda e qualquer empresa ou pessoa física que produza ou comercializa alimentos”, explica Luciana. “Eles nos fornecem itens que perderam o valor comercial, como aqueles que estão com a sua validade prestes a vencer, ou uma fruta muito madura, por exemplo. Quem recebe as doações são creches, albergues, abrigos, casas que trabalham com idosos ou com pessoas portadoras de necessidades especiais, entre outras”.

Essas instituições precisam atender a alguns requisitos para se cadastrar no programa. “Elas devem ser realmente de assistência social, ou seja, não podem cobrar nada pelo serviço que prestam à comunidade”, diz Luciana. “Além disso, têm que preparar e servir a alimentação dentro do próprio local, porque o que levamos é justamente para tornar a refeição que já é servida mais completa. Por isso, não entregamos para instituições que montam cestas básicas para doar para famílias, ou mesmo que preparam uma sopa para servir na rua. Por fim, elas precisam fazer também um trabalho sério sociocultural-educativo com a comunidade que atendem”.

A coordenadora nacional do Programa Mesa Brasil Sesc, Ana Cristina Correa Guedes Barros, explica como funciona a arrecadação e a distribuição dos alimentos. “Nossa equipe, junto com o doador, estabelece o local, os dias e horários para a retirada da doação”, conta. “A equipe do Mesa Brasil avaliará a qualidade dos produtos e irá transportá-los até as entidades sociais, sob condições adequadas ao consumo”. De acordo com ela, o programa dispõe de pessoal técnico – como nutricionistas e assistentes sociais – e operacional devidamente qualificado para executar com eficácia a retirada e distribuição da doação, além do acompanhamento e monitoramento das ações.

Cascas, folhas e talos

No estado de São Paulo, 13 unidades do Sesc executam o programa, que têm parceria com 640 empresas doadoras e atendem 830 instituições em 44 municípios, beneficiando 152 mil pessoas. No Brasil, são 3.091 doadores e 6.200 entidades que recebem os alimentos, em 522 municípios, atendendo 1.623.895 indivíduos. Em São Paulo foram arrecadados de janeiro a novembro passado 4 mil toneladas de produtos, uma média de 364 toneladas por mês. No país inteiro são distribuídas, mensalmente, 3.700 toneladas, alimentos que, sem o programa, iriam para o lixo em sua quase totalidade. “O Mesa Brasil Sesc é uma referência como rede privada de bancos de alimentos no país”, diz Ana Cristina. “Ele atua de forma efetiva no combate ao desperdício e na garantia do direito social à alimentação”.

Não são apenas os governos, instituições, ONGs e empresas públicas que devem fazer algo para enfrentar o problema. Os consumidores também podem ajudar. A nutricionista Gisele Pontaroli Raymundo, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), ensina, em artigo publicado no portal Aprende Brasil (www.aprendebrasil.com.br), que uma maneira de diminuir o desperdício de alimentos é aproveitá-los totalmente, ou seja, utilizar cascas, folhas e talos e não simplesmente descartá-los. “O desconhecimento do valor nutricional dessas partes gera parcela considerável do lixo doméstico que se acumula nas cidades”, relata. “O aproveitamento integral dos vegetais ajuda a promover a diminuição do descarte, a melhora na qualidade nutricional da dieta e amplia a variedade de pratos.”

Segundo ela, um exemplo bem comum é o cozimento da casca do abacaxi para a obtenção de suco, que “é delicioso e bastante nutritivo, muito melhor que oferecer aos nossos filhos similares em pó, que são artificiais e nem um pouco saudáveis”. De acordo com Gisele, as partes dos vegetais que são descartadas possuem valor nutricional e podem ser utilizadas para enriquecer a alimentação. “Ainda há muito preconceito sobre esse uso”, diz no texto. “Muitas pessoas torcem o nariz quando se fala em usar cascas de frutas para fazer doces ou talos e folhas dos vegetais para enriquecer farofas e tortas”.

As hortaliças, por sua vez, também possuem partes, geralmente descartadas, que podem ser utilizadas na alimentação, “como as folhas da beterraba, da cenoura, da couve-flor, da hortelã e da mostarda; as cascas da abóbora, da banana, da batata-doce, da batata inglesa, da berinjela, da goiaba, da laranja, da maçã, do mamão, da manga, do maracujá, do melão, do nabo, do pepino, do rabanete, da tangerina; os talos da beterraba, dos brócolis e da couve-flor; a entrecasca do maracujá e da melancia e as sementes da abóbora, da jaca e do melão”.

Gisele lembra que muitos produtos feitos com o reaproveitamento dessas partes já fazem parte da alimentação de muita gente, como, por exemplo, o doce da casca de laranja e o suco da casca do abacaxi. “Da entrecasca do maracujá se faz um pó que é usado para baixar taxas do colesterol e manter a glicemia de diabéticos em níveis mais baixos, conforme estudos já comprovaram”, garante a nutricionista.

Além disso, há uma série de outras medidas que ajudam a reduzir o desperdício. Uma delas, ao contrário do que muitas pessoas pensam, é não fazer compras mensais no supermercado. Uma maior frequência evita que os produtos estraguem na despensa ou percam a validade, além de ser consumidos mais frescos. Recomenda-se essa atenção principalmente para frutas, legumes e verduras, que devem ser ingeridas logo, pois são perecíveis. Por isso, o consumidor deve optar pela compra desses itens em unidade, um hábito comum nos países europeus.

Na geladeira, os vegetais devem ser colocados de preferência inteiros, para evitar o envelhecimento precoce. Ao comprar alimentos industrializados em promoção é preciso ter cuidado, pois não é raro que a data de validade esteja prestes a vencer. Para Flavia, da Unesp, como o desperdício de comida e a fome são temas presentes no Brasil “é importante estabelecer medidas de redução de perdas e aumento da produtividade por meio de observação diária e de campanhas de orientação aos clientes dos estabelecimentos comerciais”, destaca. Assim, segundo ela, será possível reduzir o volume de alimentos descartados como lixo.
Revista Problemas Brasileiros

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